Contar histórias tem tudo a ver com a escrita: qual é a relação com a produção de artigos?
Desde os primórdios da humanidade, o ato de contar histórias representa um dos formatos mais transgressores de estimular o ser humano em seu consciente e subconsciente, despertando sentimentos, desejos, medos e vontades. Se existem alguns hábitos históricos que perduram até os dias atuais, sem dúvidas, esse é um deles. Seja por meio de um longa audiovisual, um livro, gibi ou até por uma música: a flexibilidade de mídias joga a favor dos criativos e surge como válvula de escape para que homens e mulheres de todas as idades coloquem o melhor de si em obras memoráveis.
A escrita é um componente comum entre todas essas vertentes de conteúdo. É com base nela que ideias ganham forma. Para a produção de artigos, especialmente os que utilizam de um viés técnico e opinativo, traduzir conceitos de storytelling e adaptá-los à finalidade de divulgação pode ser um diferencial que não só atribua valor ao material concebido, como ative gatilhos específicos na psique do leitor.
Isso não significa, vale destacar, abrir mão de uma estrutura coesa, que passe confiabilidade e estabeleça critérios básicos de informação e opinião. Entender como e onde o storytelling pode ser introduzido na construção de artigos é fundamental.
Humanização é caminho para criação de vínculos
Por definição, storytelling consiste na citação sequencial de eventos, acontecimentos e/ou personagens que culminem em uma história conectada, com início, meio e fim. Primeiramente, um aspecto vantajoso e que cria um senso de conclusão para o leitor é a cronologia. Mostra-se sempre preferível fomentar uma linha de escrita bem-organizada, com uma introdução que coloque a pessoa em harmonia com o tema que está sendo debatido. A partir da progressão, o escritor conseguirá desenvolver seu raciocínio de modo a despertar o interesse alheio, caminhando para um fechamento satisfatório. Sob o espectro estrutural, trata-se de um modelo característico de contação clássica.
Mas o grande trunfo, talvez, esteja na humanização. Por mais que a autoridade técnica seja alta e os dados informados ofereçam um respaldo único ao conteúdo, se a abordagem não for perceptivelmente humana, “atingir a dor” de quem está lendo não será tarefa fácil. Para criar identificação, é essencial utilizar uma linguagem de proximidade, que clarifique o assunto, e não o complique. Compreender o que se passa na cabeça do leitor é o ponto de partida ideal para empregar uma narrativa envolvente, ancorada na jornada da persona a ser perseguida.
Toda boa história é pautada por significados. E apontá-los durante o texto é apelar para sentimentos que todos nós, enquanto seres humanos, possuímos. Independentemente do tema abordado, do quão complicado ele aparente ser, a arte do storytelling surge como um referencial criativo inquestionável, capaz de propor reflexões com mais aderência e compatibilidade emocional.
Fabio Oliveira é Produtor de Conteúdo na IDEIACOMM.