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Como a assessoria de imprensa contribui no dia a dia das redações jornalísticas?

O relacionamento entre as redações jornalísticas e as agências de assessoria de imprensa tem um vasto contexto histórico que vale a pena ser brevemente rememorado, para que tenhamos uma real dimensão sobre as pontes que ligam o jornalismo com a comunicação empresarial.

Já nos primórdios da expansão dos veículos de massa (início do século XX), o jornalista americano Ivy Lee, considerado o patrono das Relações Públicas modernas, foi revolucionário em se posicionar como um mediador entre as organizações empresariais e a mídia, estabelecendo uma declaração de princípios de vanguarda que, até hoje, pode inspirar profissionais de assessoria, ao destacar, por exemplo, que a sociedade tinha o direito de receber informações precisas sobre os posicionamentos e ações de uma companhia; e tomar suas decisões com base em informações corretas.

Com o avanço do tempo, este relacionamento foi ganhando maturidade e, hoje, dada a reestruturação das redações tradicionais (que, como sabemos, se tornaram mais enxutas e voltadas para o digital), é possível afirmar que as assessorias de imprensa com atuação séria e reconhecida no segmento de comunicação assumem um papel crucial nessa mediação mercado x mídia, uma vez que fornecem tanto a ponte para que a voz das empresas chegue na grande mídia quanto provêm informações relevantes que dão suporte para o dia a dia de jornalistas.

Sobre este ponto, vale citar a pesquisa “O assessor de imprensa na visão do jornalista de redação”, de 2020, na qual mais da metade dos jornalistas consideram o trabalho do assessor de imprensa como primordial para suas atuações.   

A importância do relacionamento e parceria

Para manter essa relevância, é fundamental que os profissionais de assessoria de imprensa se comprometam com uma atuação objetiva, estratégica e guiada por princípios jornalísticos. E isso significa orientar seus clientes para que se construam pautas que divulguem fatos realmente relevantes para a imprensa, atraindo a atenção da mídia para um tema com apelo noticioso.

Outras formas de se firmar essa atuação estratégica se dá por meio da oferta de especialistas das organizações atendidas para a mídia – que poderão se posicionar como fontes para pautas de interesse público e, assim, estreitar um laço baseado em respeito pela informação e domínio sobre os temas discutidos na imprensa – bem como da divulgação do posicionamento da empresa em situações de crise ou quando há demanda midiática.

Em todos estes casos, o que se propõe é o fortalecimento desta relação de confiança e credibilidade que, como vimos, é histórica, e que pode ser afetada quando não nos guiamos por princípios éticos e jornalísticos.

Consequentemente, todo assessor de imprensa precisa difundir com seus clientes um posicionamento transparente quanto às possibilidades e também quanto aos limites das Relações Públicas, reforçando que o trabalho de uma assessoria é justamente intermediar e, tanto quanto possível, facilitar as relações de uma empresa com os veículos de comunicação – e não, para citar alguns exemplos, divulgar pura e simplesmente um produto ou serviço ou, no pior dos cenários, informações distorcidas que irão comprometer a credibilidade dos assessores, das empresas e dos próprios veículos.

O indispensável, neste sentido, é seguir o conselho de Ivy Lee, e pautar-se sempre pela verdade “porque mais cedo ou mais tarde, o público irá descobrir. E se o público não gosta do que sua empresa está fazendo, mude suas políticas e alinhe-as com o que as pessoas desejam.”

Quando seguimos este norte e orientamos nossos clientes com clareza, temos mais chances de fortalecer o diálogo entre assessores e veículos, gerando, consequentemente, resultados positivos para os nossos clientes. No fim, o que se precisa ter em mente é que assessores de imprensa são, antes de tudo, profissionais de comunicação e, como tais, também são responsáveis pela construção de um jornalismo que contribua para uma sociedade mais bem informada e capaz de compreender os mecanismos que constroem nosso futuro.

Juliana Garcia é CEO da IDEIACOMM. Comunicóloga, jornalista por formação e apaixonada pelo trabalho de mídia espontânea. Atua há mais de 15 anos como Public Relations, sendo que, deste período, 10 anos à frente da IDEIACOMM, agência de conteúdo, social media e assessoria de imprensa para empresas de Tecnologia, Startups, Tributaristas e área jurídica.

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