A consolidação das redes sociais impulsionou a disseminação da informação e, com isso, trouxe novas possibilidades para o jornalismo em um período extremamente delicado
Quando se discute o impacto da transformação digital para o jornalismo, seja ao redor do mundo ou mais especificamente em nosso país, a situação é vista sob óticas distintas. Alguns atribuem às plataformas digitais a responsabilidade de potencializar o surgimento de fake news e notícias de origem duvidosa, prejudicando um trabalho fundamental para a sociedade como um todo. Outros enfatizam a democratização do acesso à informação, tornando o processo mais simples e próximo dos usuários.
No entanto, existe um caminho conciliador nesse sentido. A tecnologia não é heroína e muito menos vilã. Os meios digitais representam pontes para que o protagonismo humano encontre sua aptidão e propague suas ideias de forma inovadora. Nós sabemos que na prática não é assim que funciona e, por isso, a urgência de se discutir pontos de melhoria e exaltar quando essas ferramentas são utilizadas com intenções genuínas. O papel do jornalismo durante o período de pandemia tem se mostrado determinante para a resolução de dúvidas e suporte para uma população entregue a inúmeras incertezas.
Jornalistas assumiram conscientização como motor diário
A chegada da COVID-19 chocou as estruturas mundanas e expôs a necessidade de se remodelar um cotidiano até então despreocupado com epidemias dessa magnitude. Claro, já passamos por situações parecidas em outros cenários, mas a amplitude do coronavírus pegou uma sociedade reconhecidamente modernizada e torceu um modelo único de levar a vida. O distanciamento social foi a alternativa mais recomendável para frear o vírus, interrompendo atividades e esvaziando as ruas. Logo, ficou a cargo das autoridades fornecer informações confiáveis e adotar as medidas mais indicadas para preservar a saúde das pessoas.
O jornalismo não poderia se isentar do contexto de crise generalizada. É justamente nessas horas que o profissional da comunicação encontra motivações para contribuir e informar em benefício de algo maior. Se por um lado fontes oficiais carecem de uma linguagem concisa, os veículos de imprensa têm a responsabilidade de suprir essa lacuna.
A comunicação em prol da ciência
Essa noção altruísta vai de encontro à importância da ciência em um momento como esse. O vírus em si ainda habita um espaço nebuloso, de poucas certezas e uma grande quantidade de dúvidas. Não há como fugir das recomendações concedidas por órgãos capacitados e respaldados cientificamente. Como fazer com que essas informações cheguem ao cidadão comum? Principalmente se considerarmos que os que detém o poder não estão alinhados com esse tipo de pensamento? Mais uma vez, a figura do jornalista transcende o ato de informar. Ela fornece materiais preponderantes para a manutenção da vida, ajudando o enfrentamento de uma doença contagiosa.
A inovação é uma aliada nesse sentido. É inconcebível pensar no mundo afetado pelo coronavírus sem a utilização de ferramentas tecnológicas para preservar a continuidade de procedimentos essenciais. Desde o suporte psicológico ao rumo de como prosseguir diante à pandemia. Se é possível extrair aprendizados desse período, a unificação entre jornalismo e tecnologia aponta para um futuro no qual a comunicação é levada com a seriedade que demanda, cumprindo sua função social.
Fabio Oliveira é Produtor de Conteúdo na IDEIACOMM.