Mais do que uma ponte comunicacional, a presença da tecnologia serve como alento psicológico em um momento de distanciamento necessário
Antes do coronavírus e das inúmeras consequências provocadas pelo quadro de contágio, a tecnologia era encarada, majoritariamente, como uma trivialidade rotineira no âmbito pessoal. Troca de mensagens por aplicativos, redes sociais para o compartilhamento de imagens e vídeos em tempo real, entre outras finalidades que, por mais que fossem importantes, careciam de um aprofundamento maior. Não por acaso, muitos discutiam o impacto negativo do fenômeno digital quanto às relações interpessoais. Nós, enquanto sociedade, nos distanciamos gradualmente? A culpa é 100% da tecnologia? Hoje, essas questões deram espaço para algo muito mais complexo. E quem sabe, capaz de despertar um uso mais humanizado dessas ferramentas inovadoras.
A adoção da quarentena temporária como método de contenção e enfrentamento do COVID-19 tem feito parte do vocabulário governamental de diversos estados do país. Os motivos são fundamentados por órgãos de competência internacional, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), além dos exemplos práticos de países que radicalizaram nesse sentido e hoje colhem frutos valiosos em termos de saúde pública.
Mas quais são as reais contribuições e o que de fato representa uma tecnologia humanizada?
Válvula de escape psicológica
A reclusão obrigatória, embora fundamental para evitar aglomerações, traz consigo alguns efeitos preocupantes para a saúde mental das pessoas. Naturalmente, a mudança abrupta de uma rotina anteriormente consolidada não seria um processo de fácil assimilação. É imprescindível que se busque alternativas palpáveis com a finalidade de se aliviar o isolamento.
Qualquer sinal de condições psicológicas prejudiciais é pretexto para se procurar por auxílio especializado. Na internet, por exemplo, profissionais da psicologia oferecem serviços à distância para trabalhar esse quesito e combater sentimentos autodepreciativos. Tão importante quanto preservar o condicionamento físico durante o período de quarentena é atentar-se à parte comportamental.
Comunique-se!
Ninguém está sozinho. E a tecnologia humanizada trabalha justamente na comprovação prática dessa mentalidade. Use-a para conversar com pessoas próximas, familiares e colegas. Todos estão sujeitos à fragilidade do momento, e o sentimento de empatia se estende para a forma como nos comportamos quanto a nossos semelhantes. Não é exagero nenhum afirmar que sem a presença tecnológica, as etapas de combate ao COVID-19 poderiam oferecer sequelas inimagináveis.
Felizmente, essa noção tem sido compartilhada no cotidiano de vários usuários. Famílias reunindo-se para comemorar aniversários via chamada de vídeo, plataformas multimídias proporcionando momentos válidos de entretenimento, cursos disponibilizados gratuitamente, essas são algumas das movimentações que marcam e abrem espaço para um futuro informacional democrático e humanitário.
Reinvenção empresarial é bem-vinda
Líderes, assim como equipes e colaboradores, tiveram de inserir em suas rotinas de trabalho o uso da tecnologia para garantir a continuidade operacional de seus respectivos negócios. Os benefícios que visam agilidade e eficácia para as atividades são mais perceptíveis, no entanto, a oportunidade evidenciada nesse contexto afeta diretamente nossa concepção quanto aos fatores que compõem uma cultura interna humanizada. Em um de nossos artigos recentes, trabalhamos essa dinâmica no futuro pós-pandemia.
Por fim, destaco a amplitude da tecnologia e sua relação direta com preceitos humanos. Ao contrário do que muitos defendem, uma coisa não anula a outra. Compreender essa reflexão propositiva e trazê-la para a realidade em que se está inserido é acenar para um futuro cuja comunicação é levada à sua excelência. Utilizar a máquina como base estrutural não é sinônimo de abdicar de relações profissionais próximas e flexíveis. Liderar é engajar. E engajar é se importar.
Fabio Oliveira é Produtor de Conteúdo na IDEIACOMM