Tecendo a narrativa ideal, a arte de contar histórias é um recurso que desenvolve a performance de conteúdos, colaborando para que seus efeitos sejam duradouros e envolventes
A arte de narrar e contar histórias é uma habilidade de construção histórica, que passa pelos mais diferentes povos e épocas, seja para transmitir saberes ou moldar culturas. Nas fogueiras ancestrais, nas pinturas rupestres, nas epopeias orais da era medieval, até chegar ao mundo digital, a contagem de histórias passou por muitas transformações e evoluções de narrativas, mas a essência permanece: compartilhar algo com um público.
Hoje, com a aprimoração das narrativas, e a valorização da Comunicação como parte fundamental de capturar e manter interesse de audiências, a arte de contar histórias ganhou um termo próprio, que emerge como uma ferramenta poderosa para conexão entre ouvintes e leitores: o storytelling. Indo além de apresentar fatos, o storytelling relaciona-se com o modo como os fatos são contados, agarrando-se em práticas capazes de despertar emoções, inspirar ações e contribuir com um sentido de identificação.
A arte de criar uma narrativa memorável
Todos têm na memória um filme inesquecível, certo? Vamos imaginar a sensação de quando estamos assistindo a um filme e a fala de um dos personagens nos comove. No mundo do cinema, são infinitos os exemplos que podemos tirar. Trechos como: “não importa o quão devagar você vá, desde que você não pare”, do filme À Procura da Felicidade, ou “a esperança é uma coisa boa, talvez a melhor das coisas, e coisas boas nunca morrem”, do longa Um Sonho de Liberdade, e até mesmo o sútil, mas completo, “continue a nadar”, da animação Procurando Nemo, são exemplos de como a mensagem cria conexões.
Em cada um dos filmes, as frases ganharam sentido e tornaram-se importantes para o público, pois fazem parte de um enredo que, mesmo de modo ficcional, os cativou e gerou identificação. Assim como o storytelling dos cinemas, a produção de conteúdo deve seguir na direção de criar vínculos, capturando não só a emoção, mas também a atenção do público, facilitando a retenção das informações, tornando as mensagens mais memoráveis. Esta é a importância do storytelling para produção de conteúdo: criar uma comunicação que permanece existindo no público mesmo após o contato com o conteúdo ter terminado, assim como as frases inesquecíveis de nossos filmes favoritos.
Transformando o ordinário em extraordinário
Como já mencionado anteriormente, a emoção e a conexão são as duas colunas que sustentam narrativas duradouras, com um impacto memorável ao público. Nesse contexto, uma dúvida deve surgir: como escolher o assunto que vai propagar tais efeitos? Para isso, é válido mencionar que cada público exige um tipo de comunicação, por isso, a empatia, no seu valor de observação e compreensão, é um instrumento de curiosidade que influencia positivamente na criação e desenvolvimento de conteúdo.
Do mesmo modo, saber construir uma narrativa sustentável e eficaz com uma experiência ou fato ordinário, seguindo o famoso ditado “fazer de um limão, uma limonada”, é um dos talentos que storytellers adquirem. Explicando em mais detalhes, isso acontece porque a escolha das palavras muda o efeito de uma história. Não se trata apenas de apresentar o ocorrido, mas sim de relatar as perspectivas do enredo e, assim, construir a sua mensagem. A grandeza, afinal, está nos detalhes, e um conteúdo deve desvendar as possíveis abordagens de um assunto, praticando a criatividade.
Em adição, a intencionalidade, diretamente ligada ao storytelling, é primordial para abrir caminhos rumo ao sentido que a mensagem irá repassar. Sendo sinônimo do motivo e da razão do conteúdo estar sendo produzido, a intenção de uma comunicação rege o ritmo da narrativa, ajudando a decifrar as camadas da mensagem que, à primeira vista podem ser simples, mas, quando bem trabalhadas, são potentes o suficiente para capturarem corações.
O conteúdo ideal, portanto, tem muitas possibilidades, pode ser um post de blog, um anúncio, um vídeo ou até mesmo um quiz interativo. O que agrega o valor e o diferencial está na essência das palavras, na escolha de como abordar, personalizar e contextualizar o conteúdo para o momento ideal. Lidando com o imaginário, o storytelling é sútil como uma gota, mas potente como uma onda, sendo capaz de fazer o público mergulhar na mensagem.
Moara Guimarães, Assistente de Conteúdo na IDEIACOMM.