O início do ano é um ótimo período para avaliarmos as transformações do mercado e as tendências que guiarão os segmentos que movem a economia do país e do mundo. A partir dessa análise, podemos traçar estratégias e estruturar o planejamento de nossas empresas, alinhando os valores de uma organização com as mudanças capazes de influenciar sua jornada dentro de um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e interconectado.
Tais pressupostos, sem dúvidas, também valem para o marketing. Com isso em mente, ao longo deste artigo, separei alguns insights sobre os rumos de nosso mercado, com base em leituras recentes e nos debates conduzidos no setor neste começo de 2022.
- A busca pela autenticidade e pelo propósito
Um primeiro ponto que vem sendo levantado por diferentes agências e consultorias diz respeito ao reforço das estratégias baseada em uma conexão entre os propósitos de uma marca, as pautas que movem a sociedade contemporânea (inclusão, sustentabilidade, desigualdades sociais) e o perfil de consumidores cada vez mais antenados com a realidade que nos cerca.
Sobre esse tópico, uma pesquisa global da Deloitte divulgada no início deste ano apontou, por exemplo, que 76% dos consumidores brasileiros com mais de 26 anos preferem comprar de marcas que trabalham questões sociais em suas campanhas. Já em alguns segmentos específicos, como o de Beleza e Cuidados Pessoais, por exemplo, jovens de até 25 anos se interessam por marcas comprometidas com a sustentabilidade.
Mas a pesquisa reforçou também que tais campanhas devem considerar aspectos inclusivos e, também, trabalharem mensagens autênticas, que de fato sejam importantes para os propósitos de uma marca.
- Menos cookies, mais dados primários
No âmbito da infraestrutura de campanhas, a tendência é que a coleta de dados espontâneos a partir de formulários e da oferta de materiais de marketing digital, como e-books e whitepapers, se consolide como uma tendência definitiva dentro de um ambiente online que, cada vez mais, conta com políticas que valoriza a privacidade dos consumidores. Em contrapartida, os cookies (sobretudo os chamados third-party cookies, que coletam dados de navegação dos usuários de modo, no geral, oculto) tendem a sumir, de modo definitivo, das estratégias do marketing digital.
- A construção de equipes multidisciplinares em um mundo híbrido
Pensando na construção das equipes de marketing e na busca por talentos no mercado, a consolidação dos ambientes híbridos de trabalho fomentou novas possibilidades em termos de formação de equipes, incluindo a quebra das barreiras geográficas e mais diversidade, fatores esses que devem avançar ainda mais em 2022.
Já pensando em competências, a tendência discutida no setor envolve a procura por profissionais dinâmicos, que combinam habilidades analíticas com perfil criativo e os skills de comportamento e liderança (soft skills).
- O marketing no metaverso
Já no segundo semestre de 2021, o metaverso foi a bola da vez da economia digital. Mas a verdade é que estamos apenas no início de uma jornada que irá fundir, de uma vez por todas, os limites entre o físico e o digital: e, além de um ambiente de experiências interativas baseadas em realidade virtual, o metaverso abre a possibilidade de ativações e campanhas de marketing mais inovadoras, com alguns exemplos interessantes já sendo trabalhados por marcas como Coca-Cola e Volkswagen no mundo dos games.
- Dados, vídeos e experiências digitais fluidas
Finalmente, se fosse possível resumir um corpo de elementos que deve influenciar as campanhas de marketing ao longo de 2022, certamente, teríamos que incluir o marketing orientado por dados (que já é uma realidade e, para 2022, a Salesforce prevê um aumento de 75% nas fontes de dados utilizadas pelas empresas), às campanhas por vídeos em redes como TikTok e Instagram (formato que assume a dianteira no contexto das mídias sociais) e a busca por experiências digitais ainda mais imersivas e fluidas (dada as tendências do metaverso e do próprio data driven marketing).
Esse é apenas um panorama de alguns dos principais temas que vêm sendo discutidos dentro do universo do marketing e podem influenciar o futuro do setor. Cabe a você analisar quais dos tópicos faz mais sentido para a realidade de sua agência e, acima de tudo, não ficar para trás diante de uma realidade mercadológica em constante transformação.
Juliana Garcia é CEO da IDEIACOMM. Comunicóloga, jornalista por formação e apaixonada pelo trabalho de mídia espontânea. Atua há mais de 15 anos como Public Relations, sendo que, deste período, 10 anos à frente da IDEIACOMM, agência de conteúdo, social media e assessoria de imprensa para empresas de Tecnologia, Startups, Tributaristas e área jurídica.